As cirurgias plásticas mamárias são realizadas por diversos motivos, desde as reconstruções por malformações congênitas, pós-traumatismo ou pós-mastectomias, mas o principal continua sendo a estética. Em razão da retirada de parte do tecido mamário, mobilização do complexo aréolo mamilar, cicatrização ou ainda a colocação de prótese, a dinâmica da circulação interna da mama fica alterada e influencia na preparação para a amamentação, assim como no processo de produção láctea e retirada do leite pelo recém-nascido e manutenção de um volume adequado de leite.
Em cirurgias maiores podemos ter lesões de ductos ou mesmo secção das unidades produtoras de leite. Apesar disto, não é possível afirmar que uma paciente não poderá amamentar até que chegue aos primeiros 5 a 10 dias pós-parto, quando podemos avaliar definitivamente a capacidade de produzir e garantir um fluxo adequado de leite para o recém-nascido.
As cirurgias mamárias não devem ser vistas como impeditivas da amamentação. A maioria das pacientes submetidas a tais procedimentos consegue iniciar e manter uma amamentação normal. Contudo, por tratar-se de uma mama operada, é necessária uma vigilância maior para prevenir e tratar as complicações, assim como, orientar adequadamente e apoiar as pacientes que não conseguirem amamentar.
Comprovada a permeabilidade das vias condutoras de leite, a conduta será a estimulação, com mamadas mais frequentes e a retirada do leite, esvaziando a mama completamente para manter a produção láctea. É fundamental a atuação em conjunto com o pediatra, de forma a garantir a nutrição adequada do recém-nascido. A falta de apoio e definição de conduta pela equipe nesse período acaba por levar as pacientes ao desespero e introdução de alimentação artificial para o bebê, o que compromete em muito a retomada da amamentação.
Fonte: Manual de amamentação Febrasgo, 2018.
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